segunda-feira, novembro 05, 2007

Banda Sinfónica Portuguesa - Opinião de Fernando Castro




Estive hoje (4 de Novembro de 2007) novamente na Casa da Música para ouvir, novamente também, a Banda Sinfónica Portuguesa. De facto estes dois projectos são já claramente ganhadores. O da BSP, que me pareceu hoje ter já atingido um patamar de elevada qualidade e maturidade como conjunto sinfónico, já que não me pareceu nada intimidada por tocar sob a direcção de um Maestro (Jan Cober) que não o seu habitual Maestro titular (Francisco Ferreira), e o da Casa da Música que ao trazer para a excelente sala “Suggia” estes conjuntos (Bandas) tem proporcionando excelentes espectáculos a salas quase cheias ou plenamente cheias como foi hoje o caso. Com a BSP apresentou-se hoje com destaque o “Quarteto de Saxofone do Porto” numa obra de Henk Badings interessantíssima enquanto expositora das capacidades dos Saxofones Barítono, Tenor, Alto e Soprano quer a solo (cada um), quer em grupos de mais do que um, quer do quarteto com a Banda. Destaco, como admirador do Saxofone que sou, os timbres lindíssimos que tais instrumentos nos puderam oferecer mais uma vez a solo ou em conjunto. Verdadeiramente notável. Não posso deixar de fazer um reparo quanto ao “ambiente” algo “triste” e “confuso” que pontua a obra durante vastos momentos (opção do compositor obviamente) mas que em mim, confrontado com as sonoridades dos Saxofones, me leva a ter sentimentos algo desencontrados face ao que estou a ouvir. (se calhar é precisamente essa a intenção do compositor). Quanto à Banda iniciou bem o concerto com uma interessante “Symphony of Winds” de Derek Bourgeois (é sempre interessante ouvir coisas novas mas também fico com a sensação que apenas consigo “captar” pouco) e terminou com uma Suite do Cavaleiro da Rosa de Richard Strauss com um arranjo (creio não estar errado) do próprio Maestro Jan Cober. Aqui se notou já uma maior ligação do Maestro com a Banda, que não se havia sentido completamente na primeira obra, tornando por isso empolgante este “Cavaleiro”. À atenção dos que rejeitam os arranjos para Banda de obras orquestrais (que prova que o que é necessário é haver bons arranjos) .Destaco em particular uma brilhante intervenção do Saxofone Soprano. O concerto não terminou sem que, em resposta aos muitos aplausos da assistência, a BSP nos brindasse com dois extras de Strauss. Já não de Richard mas de Johann. (Não me perguntem, pois não sei, se do pai ou do filho ou dos dois. ) Mais uma vez os meus parabéns à BSP e à Casa da Música. FERNANDO CASTRO - TROFA.

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