terça-feira, outubro 16, 2007
Mário Cardoso Testemunha Concerto pela LIRA AÇORIANA
O público aplaudiu de pé, várias vezes, a Lira. A orquestra símbolo do Arquipélago dos Açores, fez um emocionante concerto que ficará para sempre na memória do auditório da cidade universitária. Uma surpresa. 100 músicos, representantes das Bandas das nove Ilhas, sob a direcção do Maestro António Melo, surpreenderam um auditório que esperava um grupo modesto, com algumas limitações em resultado da insularidade, não uma Orquestra de Sopros com o nível que foi apresentado, pese embora , numa ou noutra situação, se verificasse efectivamente alguma modéstia, concretamente na Rienzi, obra de elevadíssimo grau de dificuldade para quem tem apenas alguns dias para a preparar. Mas esteve bem.Quanto ao repertório, no contexto da Lira, diria que à excepção da obra atrás referida, todo ele foi excelente, bem interpretado e muito apreciado pelo público presente maioritariamente conhecedor do repertório de Banda. Algumas das ilustres figuras das nossas Bandas Filarmónicas, presentes no auditório do Gil Vicente, apreciaram de forma muito particular as obras Açorianas, “Arquipélago” de Antero Ávila, - uma excelente obra descritiva sobre os murmúrios da natureza do arquipélago, “O sol da Terceira encanta Coimbra”, do mesmo autor, sobre um fado de Coimbra, e os “Quatro temas Açorianos” de Helder Bettencourt, arranjo excelente sobre a musica popular dos Açores, bem como a “Cassiopeia” de Carlos Marques. Obras de J. de Meij e de Reineke fizeram também parte deste programa e foram objecto de excelente interpretação.Quanto aos solistas, de uma forma geral estiveram bem. Tivemos excelentes solos, particularmente em Clarinete, em Trompete, em trompa, em Flauta, e igualmente em Oboé, Corne Inglês entre outros. Esta orquestra, a avaliar pelas palavras do Director Regional da Cultura, Dr Vasco Pereira da Costa , tem todas as condições para ser um caso muito sério no futuro, artisticamente, sem desprimor do que até agora conseguiu. Em discurso directo, igualmente emotivo como o concerto, no fim, referiu ainda que “esta orquestra é um orgulho para todos nós”. Assim, sendo “os Açorianos são um povo de grandes ideais”, ainda citando o Dr. Vasco Pereira da Costa, esta é uma grande oportunidade para incentivar ainda mais a música pelas 102 Bandas dos Açores, apoiando-as, criando condições para que exerçam a sua actividade com dignidade, mostrando-lhes que vale a pena participar em projectos sérios, inovadores, que promovem quer a cultura universal quer a do povo Açoriano. Com apenas 3 pequenos conservatórios para mais de 2000 músicos não se poderá fazer grande coisa. É necessário mais, muito mais. Não obstante, considerando as condições existentes, este trabalho poderá ser considerado de elevadíssimo nível.Uma palavra de apreço aos compositores da Lira, Antero e Helder, pelas excelentes obras que produziram e que recheiam um programam com o mesmo ou melhor nível que o que “vem de fora”. Da mesma forma, também saúdo o Maestro Melo por as incluir nos concertos e por lhe atribuir publicamente a devida relevância – assim aconteceu em Coimbra. Assim está bem. É pena que esta orquestra não visite mais vezes o continente. Provavelmente haveriam muitas ilações úteis aos continentais, a retirar deste projecto. A Lira é uma digna embaixadora cultural dos Açores. Bem haja. Mário Cardoso
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1 comentário:
eu tambem assisti ao concerto e simplesmente se nao tivessem tocado a rienzi tinha sido muito melhor... as obras do compositor antero avila eram obras muito boas ao contrario das do helder que revelaram a falta de conceitos de composiçao
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