quarta-feira, outubro 10, 2007

Escola de Música da Banda da Covilhã em GRANDE DESTAQUE no DiÁRIO XXI !

http://www.diarioxxi.com/ - “Férias Dó-Ré-Mi” cativam ainda mais alunos para a Banda da Covilhã. A Banda da Covilhã recebeu quase o triplo de inscrições que tiveram no ano lectivo transacto: de 12 passaram para 30, com idades compreendidas entre os 10 e os 57. As inscrições continuam abertas para mais uma dezena de interessados. Por: Liliana Machadinho.
Depois de “muitos anos adormecida”, a Banda da Covilhã colhe agora os frutos de uma aposta que fez há dois anos ao “acordar” a Escola de Música gratuita, que abriu portas para novo ano lectivo no Dia Mundial da Música, 1 de Outubro. Segundo José Cavaco, director artístico da Banda, a escola é o futuro da associação. Para além de promover mais animação e dinamismo, é dela que vão sair os melhores alunos para futuramente integrarem a Banda. Para já, a curto-prazo, os dirigentes da colectividade preparam a criação de uma orquestra júnior. A chamada “classe de conjunto”, o mais recente projecto, terá início no próximo mês de Janeiro. Até lá, este primeiro período lectivo servirá para avaliar as capacidades dos alunos, explica o responsável. Qualquer pessoa, mesmo sem nenhum conhecimento musical, pode entrar na escola, mas para a orquestra terão de saber o mínimo: escalas, pautas, identificar notas e interpretá-las no instrumento. “Um aluno pode dominar os ensinamentos básicos, mas se não conseguir tocar em conjunto não pode integrar a orquestra juvenil”, destaca José Cavaco. A classe de conjunto será coordenada pelo próprio maestro e director artístico, que, olhando à inexperiência e poucos conhecimentos dos alunos, pretende preparar peças simples. “Serão sempre simples, mas com a evolução logo se vê até onde podemos ir”, explica o responsável.
AUDIÇÕES MARCADAS PARA O NATAL, PÁSCOA E VERÃO.
Incentivar o ensino à música como complemento ao ensino oficial é outra das metas da escola da Banda e que o director artístico vê como impulsionador de um mundo melhor. “A música melhora as pessoas e com pessoas melhores também o mundo é melhor”, graceja. A escola funciona de segunda-feira a sábado, decorrendo as aulas colectivas às quartas e sábados. Nos restantes dias os alunos têm aulas de instrumento, ou seja, lições a sós com o professor. Um investimento da Associação Recreativa Musical Covilhanense (ARMC) no ensino da música com que os melhores alunos e mais esforçados serão recompensados, garante José Cavaco. Apesar de ser gratuita, esta é “uma escola como todas as outras” e, como tal, os estudantes são avaliados com classificações de 1 a 20 e efectuadas reuniões com aos pais, que “devem estar por dentro da vida escolar”.Segundo conta, os alunos irão fazer três audições por ano - no Natal, Páscoa e Verão -, uma espécie de exame em que serão avaliados pelo director artístico e pelos 12 formadores. Dependendo do desempenho e empenho durante o ano lectivo, alguns poderão ser eventualmente excluídos. “Se se esforçarem e mesmo assim tiverem resultados menos bons não sairão da escola, mas se virmos que apenas andam a brincar, teremos de tomar medidas”, alerta, até porque a escola tem custos ao oferecer um ensino gratuito e ao emprestar instrumentos aos alunos. A par das audições, o plano de actividades da escola contempla também workshops mensais para cada instrumento e a segunda edição das “Férias Dó-Ré-Mi” a partir de Junho de 2008. Um instrumento para cada estudanteAlunos têm entre 10 e 57 anosDinamizar a Banda é o objectivo do ensino gratuito na escola, para todos, sem excepção. É frequentada por 30 alunos, com idades compreendidas entre os 10 e os 57 anos, havendo ainda vagas para mais dez pessoas. Um número mais que duplicado quando comparado com o total do ano lectivo transacto, que se iniciou com três e terminou com 12 estudantes, conseguido através de uma outra iniciativa da Banda, o ateliê de Verão “Férias Dó, Ré, Mi”. “Felizmente muitos dos que frequentaram a actividade quiseram continuar, porque gostaram”, correspondendo assim a um dos objectivos do ateliê, refere José Cavaco, que para além de incentivar o gosto pela música pretendia cativar alunos para a escola. Um aumento que agrada à associação que, apesar de ter mais gastos, não olha às despesas para trazer mais alunos e desenvolver o gosto pela arte na comunidade, garante o director artístico.
SÃO PRECISOS MAIS INSTRUMENTOS
“Estamos cá é para ensinar e quantas mais pessoas melhor”, assegura, ao acrescentar que a Banda faculta um instrumento para todos os alunos. “Infelizmente não temos todos os instrumentos nas melhores das condições, mas vão dando para as necessidades, até conseguirmos comprar mais”, adianta. Com um orçamento limitado, os que existem “têm de aguentar”, mas as lacunas a colmatar são variadas, pois alguns dos instrumentos necessitam “urgentemente de ir para a reforma”. Garantidos estão já dois clarinetes, cedidos por dois mecenas, e em negociação está uma bateria, mas faltam ainda tubas, trompetes, mais clarinetes, trombones e saxofones. Segundo José Cavaco, são necessários “muitos” instrumentos e principalmente feitos para nível estudante, que “são os indicados para aprender, porque são de fácil execução e afinação”, esclarece. Uma necessidade que leva a Banda a pensar em organizar uma campanha de angariação de fundos para a aquisição de instrumentos. “É uma ideia que temos, mas que ainda está a ser analisada”, explica, sem adiantar mais pormenores. TestemunhosO mais novo toca bateria e o mais velho gosta de acordeãoApesar da maioria dos alunos serem adolescentes, a escola aceita pessoas de todas as idades. Humberto Loução tem 10 anos e José Carrola 57. São o aluno mais novo e o mais velho no actual ano lectivo. Humberto entrou para a escola da Banda em 2006 para ocupar o tempo livre e desde então não larga a bateria, confessando que faz um esforço para aprender solfejo, que acha aborrecido. Foi um gosto que “não tinha antes e que nem me passava pela cabeça”, conta ao Diário XXI, frisando que, apesar de tudo o que ouve “agora com mais atenção” mais nenhum instrumento lhe suscita interesse. Salienta que é apenas uma actividade para os tempos livres e, como tal, não deseja fazer uma carreira profissional, pois a sua atenção vai para o futebol. “Sempre quis ser futebolista”, realça o aluno de 10 anos, que não afasta a ideia de ir “tocando de vez em quando, mas só como passatempo”. No entanto, a sua estadia na escola é para durar “enquanto puder ser”.
REFORMADO APAIXONADO PELO ACORDEÃO
Com os seus 57 anos, José Carrola foi este ano para a escola, para concretizar o sonho de aprender música. Aproveitou o tempo que a reforma por invalidez lhe deixa livre para se dedicar às notas musicais. Membro do grupo de cantares covilhanense “Os Santa Maria”, em que canta e toca pandeireta, quer “de uma vez por todas” aprender a tocar acordeão, o seu instrumento de eleição e que “já arranha, só de ouvido”. Partilhar as aulas com pessoas mais novas não o preocupa. “Sou uma pessoa muito divertida, gosto muito de música e eles também”, conclui.
Finalistas da EPABI ensinam
Dar a melhor formação possível e gratuita levou à contratação de formadores “especializados”, 12 no total. Os professores são todos alunos finalistas da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), à excepção da formadora Márcia Ferreira, que já terminou o ensino na EPABI e que agora está a tentar ingressar na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. “É bom para eles, que ficam com o currículo mais enriquecido, aprendem a ensinar e é bom para os alunos que têm pessoas qualificadas a ensiná-los”, salienta o director artístico da Banda da Covilhã.
FORMADORA PREMIADA
A formadora Márcia Ferreira integrou o quarteto de cordas “4/1” (Quatro por Um) que em 2005 ganhou o primeiro prémio, de nível médio, do concurso de Jovens Músico da RDP. Participou no concurso com colegas da altura da EPABI (Joana Dias, Tatiana Leonor e Ana Tomé).Ainda antes de entrar para a EPABI, Márcia Ferreira já tocava na Banda da Covilhã e pertenceu ao coro da Associação Cultural da Beira Interior, tendo participado na edição do primeiro CD do projecto Zéthoven.
NOTA: O Nosso Obrigado à Jornalista e ao Diário XXI por todo o apoio na Divulgação dos nossos projectos. BEM HAJAM!

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