Banda promove música para bebés. Duarte, de dois anos, senta-se ao piano e começa a tocar nas teclas. Surpreende-se com os sons que emite, entusiasma-se ao perceber que a cada toque correspondem diferentes notas e aplaude o seu próprio concerto, enquanto outras crianças se aproximam para, a várias mãos, terem o primeiro contacto com este instrumento. À volta, a sala de recitais da Banda da Covilhã está transformada num recreio atípico, com várias melodias a soarem em diferentes instrumentos e as crianças interessadas em perceber de onde vêm os sons, em mexer nos objectos que produzem música. A fazer-lhes companhia, estão os pais, ao redor ou em cima do tapete povoado com almofadas coloridas. Durante cerca de 40 minutos, foi este o cenário da primeira sessão dos Primeiros Sons, iniciativa que pretende promover o contacto dos bebés com a música. Apesar da tenra idade, com o mais novo de apenas sete semanas, até ao final a distracção foi uma constante, que arredou qualquer choro ou birra. Para a primeira experiência, no passado domingo 6, de manhã, até aos três anos, estavam inscritas 15 crianças, mas apareceram 22. A aula seguinte, vocacionada para crianças dos três aos seis anos, contou com mais 11 miúdos e muito entusiasmo.
Poucas palavras, muitos sons. "As palavras aqui são parcas, mas os sons são muitos", nota José Eduardo Cavaco, director da Banda da Covilhã, que até Julho pretende fazer mais cinco sessões, no primeiro domingo de cada mês. A primeira, para dar a conhecer o projecto, foi gratuita. As seguintes serão pagas. O valor ainda não está estipulado, mas deve rondar os dez euros por cada. Dedicada à gestação, ao nascimento e à primeira abordagem ao mundo que nos rodeia, o grupo começou por ouvir o batuque de um tambor a simular os batimentos cardíacos das mães. Passou-se então à entoação, com menor ou maior intensidade, a diferentes ritmos, de vocalizações e das primeiras palavras que os bebés proferem, com a ajuda dos pais. Assim que as pandeiretas, as castanholas e as rocas lhes foram passadas para a mão, o ambiente depressa se tornou mais descontraído e a interacção tornou-se natural. Em pouco tempo já Duarte estava a meter a mão dentro da campânula da trompa, os gémeos João e Rita a explorar as teclas de um saxofone, Beatriz de volta do piano e Guilherme de baquetas na mão, à descoberta do tambor.
(Reportagem completa na edição papel) - Ana Ribeiro Rodrigues - IN: http://www.noticiasdacovilha.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário